segunda-feira, 19 de julho de 2010

"Mas se me viesse de noite uma mulher. Se
ela segurasse no colo o filho. E dissesse: cure meu filho. Eu diria:
como é que se faz? Ela responderia: cure meu filho. Eu diria: também não
sei. Ela responderia: cure meu filho. Então — então porque não sei
fazer nada e porque não me lembro de nada e porque é de noite
...— então estendo a mão e salvo uma criança. Porque é de noite, porque
estou sozinha na noite de outra pessoa, porque este silêncio é muito
grande para mim, porque tenho duas mãos para sacrificar a melhor delas e
porque não tenho escolha."

Clarice Lispector (Musa suprema em A Legião Estrangeira)

Nem todos os dias são alegres.. de risos por grandes surpresas! Nem todas as noites terminam em felicidade eufórica. Há dias cinzas.. angustiantes, intermináveis.. úmidos por lágrimas justificáveis. Em que lamentamos até o brilho quente do Sol. Quando os problemas se tornam em muralhas rijas, imensas, intransponíveis... e ficamos incapazes de vermos beleza em nossa própria imperfeição refletida no espelho amigo. Conheço esses dias.. 

... e mesmo esses dias têm terminado em noites brandas, numa oração breve manifestando meu contentamento, minha paz... minha alegria ao lembrar daqueles que me procuraram durante o meu dia... angustiados, ansiosos; e há até aqueles resignados pela moléstia que os consome. Não viram minha tristeza..mas a curaram.

E todos os dias a curam!

E todos os dias eu lembro o quanto eu sou feliz... no ofício que escolhi como 'sacerdócio'...

agradeço.. 

sorrio...

...e durmo!

Vi


quinta-feira, 1 de julho de 2010

horas eternas


E as horas se vão..
             longas e tristes,
        os segundos cansam,
        os ponteiros dançam, e o tempo é o mesmo,
como um rio que não corre.. sem você aqui!

Tudo é igual,
        o espaço vazio,
e o todo é metade,
        como um rio.

As mesmas horas castigam.
Sem você, mil segundos não preenchem um minuto;
          é o tempo de luto!, como um rio sem peixes,
          ...sem vida.

A noite se foi, o Sol já não tarda...
pobre do Mar, que aguarda
         o rio
               vazio,
                     tão lento e triste
 Como as horas sem você!

Vi